F I N A L M E N T E dizer (com dignidade): produzi em casa mesmo.
decidi que ia investir o mínimo possível. peguei um behringer c3 com um amigo e um mic de videoke com a ilustre aclamada premiada cineasta Taísa Ennes, pesquisei e enconrei scarlet 2 canais e um kit youtuber e lá me fui de batera e tudo num apartamento na protásio alves, porto alegre, brasil. aquele ano foi tipo um simulacro coincidental de ditadura militar: impedido de dar rolê na rua e com o bolsonaro de presidente. até o ultimo dia de apêinthecity no coraçãozinho triste de porto alegre, nao tive nenhuma reclamação - a competição com a avenida não era nem justa. dava pra ouvir a batera lá de baixo? dava, mas era um alento. uma senhora até elogiou. disse que gostava de ouvir. querida, faleceu nao muito depois. sem budget - com equipos e mics emprestados, meus prórprios instrumentos e algumas colaborações remotas(!) tentei vencer a pandemia, que começou duas semanas depois de eu declarar abertas as gravações. sim, iniciei 2020 achando que ia gravar um EP rapidamente, mas acabei me prendendo a ele como me prendi à pandemia - repensando prioridades, reorganizando a vida para uma calamidade pública globalizada, e pesando os lugares da música, do trabalho, dos afetos e da minha própria subjetividade.
e aqui frizemos nem pandemia nem o EP estão finalizados ainda. o EP se transforma semanalmente, variando de formato, tentando se entender. temos uma mix "fechada", na nuvem compartilhada, ja rolando. gosto muito da idéia de um novo r v z t saindo no segundo semestre (ainda mais se abrir pra shows em segurança logo na sequencia - sonhar é grátis).
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